Como grande parte dos bens de consumo, os alimentos para cães e gatos são, também, classificados de acordo a qualidade oferecida, matérias primas ou tecnologias utilizadas na confecção dos mesmos. Apesar disto, não há um maior controle quanto à diferenciação de uma ração para outra. Há apenas a fiscalização, obedecendo aos regulamentos e normas técnicas que recaem sobre qualquer produto alimentício. Ou seja, qualquer empresa pode fabricar alimentos para cães e gatos e, obedecendo aos regulamentos e normas técnicas de sanidade e fabricação, necessários para colocá-los em circulação, classificá-los como bem entender, mesmo que o alimento em questão não seja compatível com a classificação especificada na embalagem.
Usando o bom senso, podemos ver que não existe “milagre”, quando, por exemplo, comparamos dois produtos de mesma classificação e nos deparamos com preços muito distantes entre si. Significa dizer, com isso, que podemos comprar “gato por lebre”? Sim. Como fazer para não sermos enganados? Bom, essa resposta tentaremos responder no decorrer deste artigo. Vamos lá, então.
Existe uma classificação para os alimentos de cães e gatos, que se dividem em quatro tipos. São eles: Básico, Standard, Premium e Super Premium, em ordem, do menor para o de maior qualidade. Mas antes de falarmos sobre a classificação, devemos compreender o que torna um alimento superior ao outro.
Quando pensamos em qualquer alimento, vêem à nossa mente os ingredientes necessários para a preparação do mesmo. Então a base da diferença são os ingredientes, a qualidade destes, quem os produz, como os produz, enfim.
Após pensarmos nos ingredientes, passamos então à questão seguinte: quanto de cada item será utilizado para a obtenção do alimento final? Isso se chama formulação, que caso seja pensada de forma equivocada, põe a perder toda a matéria prima, por maior que seja sua qualidade. Pois o balanceamento entre proteínas, minerais, gorduras, fibras, vitaminas e os demais nutrientes pode sim ser limitado por uma formulação mal planejada.
E por último, vem a preparação do alimento. Como fazer? Chegamos, então, na tecnologia utilizada para o preparo do alimento ou até, para aumentar a eficácia do mesmo (como exemplo, temos as pesquisas efetuadas antes de o alimento ser posto no mercado). Dessa forma, temos a “pirâmide da qualidade” (ingredientes, formulação e tecnologia) onde os três vértices são pensados em conjunto para a obtenção do produto final.
Agora fica fácil falarmos de classificação de ração, pois temos uma idéia do processo que envolve a elaboração do produto. Abaixo, vemos uma tabela da ANFALPet (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação) que direciona a digestibilidade sobre matéria seca exigida para que um produto seja incluso numa das quatro classificações atuais.
Digestibilidade exigida sobre matéria seca | ||||
Nível | Total | Proteína | Gordura | |
SUPER PREMIUM | 80% | 80% | 90% | |
PREMIUM | 75% | 75% | 85% | |
STANDARD | 65% | 65% | 75% | |
BÁSICO | 60% | 60% | 70% | |
Fonte: Manual de Programa Integrado de Qualidade Pet - AnfalPet 2009 |
Essa diferenciação por digestibilidade nos mostra um dado importantíssimo que apóia o texto anterior ao confirmar que o barato pode realmente sair caro. Isso se dá devido à quantidade de ração necessária para que o animal supra suas necessidades diárias. Em outras palavras, quanto ele precisa comer de determinado alimento para se manter, se desenvolver e responder aos desafios diários. Esse dado se torna surpreendente quando comparamos um alimento superior com um inferior e vemos que, é necessário um volume muito maior deste comparado ao de mais alto valor nutricional, podendo inclusive compensar a troca do “barato” pelo, até então, “mais caro”. Como fazer a comparação? Simples: no verso de cada produto vem uma tabela informando o consumo diário necessário. Veja e compare. Você poderá se surpreender com a diferença.
Outra característica bastante importante dos alimentos de maior qualidade é que estes são encontrados somente nos canais especializados, ou seja, pet shops, clínicas veterinárias e afins.
Alguns outros, você pode encontrar também em mercados ou em grandes redes de supermercados. O que acaba sendo um apelo ao “cômodo”. Mas resista à tentação! Sabemos o quanto é prático incluir nas compras do lar a ração de nossos animais de estimação. Poupa-nos o tempo de irmos a um lugar só para fazer isso. Mas quando nenhuma orientação é seguida ou ainda pior, quando se segue um impulso por mera ação de “marketing” ou por comodismo, estamos arriscando algo muito precioso, a saúde dos nossos melhores amigos.
Como escolher, assim, o alimento que melhor se aplica à sua situação? Depende do seu caso, do seu animal, da raça e tamanho, das propensões que ele tem, do ambiente em que ele vive e de quais as suas expectativas para com o produto. De qualquer forma, nos canais especializados, além de ser oferecida uma gama superior de produtos para escolha, a chance de ser informado acerca de qual ração comprar e quais os benefícios ela trará para seu animal é muito maior que no supermercado. Mas quando tiver dúvida sobre um ou outro alimento, os profissionais mais indicados para lhe prestar esclarecimento são o Médico Veterinário e o criador profissional, pois eles vivenciam com uma grande proximidade quais alimentos apresentam os efeitos mais benéficos nos animais.
Interessante... um pouco cansativo de ler, mas valeu a pena... Vou olhar com outros olhos para os pacotes de ração de cachorro!
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