Um dos conceitos de tecnologia nos remete à seguinte assertiva: um encontro entre ciência e engenharia onde as técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos são usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos. Voltando este conceito ao nosso assunto, tecnologia em alimentos significa tudo aquilo que é utilizado para maximizar e otimizar o aproveitamento alimentar, facilitar a resolução de alguns possíveis problemas, como também postergar ou evitar que estes ocorram e oferecer ao animal todo o tipo de suporte para que desenvolva ao máximo seus sistemas biológicos.
Várias são as formas de obtenção de um ou outro resultado. Não cabe aqui descrever detalhadamente cada uma delas, mas podemos ter uma idéia de como funcionam. De forma inicial, a tecnologia nos ajuda nos outros dois componentes da pirâmide da qualidade (formulação e ingredientes), pois através de pesquisas, por exemplo, consegue-se descobrir qual o ingrediente é mais eficiente na busca de determinado resultado e qual sua concentração ou, de que maneira, combinado a outros fatores, chega-se à finalidade buscada. Vemos isso na escolha das fontes primárias dos nutrientes. Veja: farinha de frango é largamente utilizada por alimentos de alta qualidade como fonte primária de proteína de alto valor biológico, pois possui um maior percentual de proteína bruta e uma digestibilidade superior à farinha de carne, por exemplo; o arroz, ou o milho são usados para fornecer carboidratos, fonte de energia; gordura de frango, linhaça e/ou óleo de peixes são ótimas fontes dos famosos ômegas; aveia, polpa de beterraba, farelo de arroz, celulose são formas de obtenção das fibras, tão importantes para um bom transito intestinal.
Mas em que uma fonte ajuda na outra? O que tem haver, por exemplo, a fibra com a proteína? É aí que a tecnologia começa o novelo de soluções em busca do resultado. Sendo pontual, já que entramos na questão das fibras e proteínas, vamos utilizá-las como exemplo. Aquelas agem tornando o trânsito intestinal mais regular, o que influencia muito no aproveitamento protéico. De maneira igual, influi, também, através do tipo de fibra fornecida, que pode ser composta de carboidratos de fermentação alta, média e moderada. Os extremos não são almejados ao ponto em que, se fermenta demais, gera putrefação de outros ingredientes, muita produção de gases e, se fermenta pouco, não fornece o suprimento necessário às bactérias comensais do intestino. Já as fibras moderadamente fermentáveis, fornecem uma ótima quantidade de ácidos graxos de cadeia curta através de sua fermentação. Estes ácidos graxos servirão como fonte de energia para o epitélio intestinal, que, se desenvolve e aumenta sua superfície de contato. O que afeta diretamente a absorção dos demais nutrientes, incluindo as proteínas.
Quanto ao balanceamento, a tecnologia, ou o conhecimento sobre as fibras nos mostra que o excesso, não somente é sobra, como também prejudica na absorção de outros nutrientes, já que em demasia, ela diminuiria a digestibilidade de alguns e diluiria parte da energia disponibilizada. O que, em alguns casos, como o dos cães obesos, é desejado, porém em outros, significaria restrição de nutrientes.
Vemos que para cada caso há uma solução apresentada por um conjunto de tecnologias que convergem no mesmo sentido. Voltando os esforços para, não somente, “resolver” o problema, como também para aumentar a saúde do animal num todo.
Há, em grande parte, uma preocupação com algum sistema específico do organismo, o que gera um efeito cascata que trata por favorecer os demais de forma direta ou indiretamente. Ainda como exemplo, o intestino é em grande parte pensado somente como órgão de função digestiva, porém, este vai além, e concentra em sua estrutura cerca de 80% das células de defesa do corpo do animal, sendo considerado por este e outros motivos o maior órgão imune do organismo. E se falamos de digestão, vem à nossa mente a imagem do estômago e intestinos, porém, esta tem inicio na boca e termino no reto. De tal maneira, se cuidamos do tártaro via alimentação com a inclusão do hexametafosfato de sódio (ingrediente que diminui a formação do cálculo dental), cuidamos ao mesmo tempo da qualidade da mastigação, fator importantíssimo na digestão.
De tal forma, temos a ação conjunta de ingredientes que são voltados para uma parte do organismo e por efeito conseqüente atua em outros, como também, alguns que são capazes de atuar em vários sistemas do animal.
Minerais quelatados, prebióticos, ômegas, redutores de odor fecal, agentes emagrecedores, controladores de pH urinário, estimulantes de síntese muscular, condroprotetores, antioxidantes, vitaminas, dentre alguns outros, além dos nutrientes básicos, são formas aplicadas de tecnologia alimentar que vão influenciar desde o sistema reprodutivo, podendo inclusive aumentar o número de filhotes por ninhada (caso dos minerais quelatados), passando pela saúde articular (condroprotetores), ação antiinflamatória (ômegas), beleza e saúde de pele e pêlos (minerais quelatados e ômegas), redução de odor fecal (extrato de yucca e prebióticos), aumento da saúde e eficiência intestinal (prebióticos), ação anti envelhecimento celular (antioxidantes), controle e prevenção de cálculos urinários (pH urinário), controle de bolas de pêlos para os gatos (fibras especiais) e vários outros cuidados que, somados à boa qualidade dos ingredientes básicos e à formulação correta, darão à você e ao seu animal de estimação mais segurança, uma convivência harmoniosa e uma vida cheia de momentos alegres para se partilhar.
Fonte: Nutritotal
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