Pular para o conteúdo principal

Vacinação contra leishmaniose poderá ser obrigatória para cães e gatos


Fonte: Agencia Camara de Notícias

09/11/2011 11:07
Foto: Regina Marchi

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1738/11, do deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), que torna obrigatória a vacinação anual de cães e gatos contra a leishmaniose em todo o território nacional, a exemplo do que já ocorre no caso da vacina contra a raiva. Essa vacinação será gratuita e fará parte de uma política nacional instituída pelo projeto a fim de prevenir e controlar a doença. Se aprovada e virar lei, essa política será desenvolvida conjuntamente pela União, pelos estados e pelos municípios. Entre outras ações, ela compreenderá campanhas de esclarecimento sobre a doença e de vacinação gratuita.

 Foto: Leonardo Prado
Geraldo Resende
Geraldo Resende: O sacrifício de cães tem sido a base
do controle da doença há quarenta anos.

Contaminação por humanos
A leishmaniose é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito infectado, conhecido como mosquito-palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha, conforme a localidade. Há dois tipos da doença: a cutânea, caracterizada por feridas na pele, e a visceral, que ataca vários órgãos internos.
A doença afeta principalmente cães, mas também animais silvestres e urbanos como gatos, ratos e seres humanos. Estima-se que, para cada caso em humanos, há uma média de 200 cachorros infectados.
A leishmaniose visceral canina é considerada mais importante que a doença humana, uma vez que, além de ser mais prevalente, há um enorme contingente de cães infectados com o parasita cutâneo, que terminam servindo como fonte de contaminação para os mosquitos vetores. Por isso, o cachorro doméstico é o principal reservatório do parasita.
“Com a argumentação de que a carência econômica existente no país aumenta o contingente de humanos susceptíveis, em decorrência principalmente da desnutrição e condições inadequadas de vida, o sacrifício dos cães tem sido nas últimas quatro décadas a base de controle adotada no Brasil”, afirma o autor do projeto, explicitando que, no Brasil, todos os cachorros comprovadamente acometidos pela doença são sacrificados.
Menos sacrifícios
Ainda segundo o projeto, os cães e gatos infectados pela leishmaniose poderão receber tratamento em clínicas particulares. Caso não existam medicamentos específicos para os animais, os médicos veterinários poderão utilizar remédios destinados ao combate da doença em seres humanos.
Com as medidas propostas, Geraldo Resende espera evitar a contaminação e o consequente sacrifício de animais, além de tornar facultativo o tratamento dos infectados.
Citando a opinião do médico veterinário Paulo Tabanez, mestre em imunologia pela Universidade de Brasília, Resende diz ainda que os gastos com captura, exames e eutanásia poderiam ser direcionados para o combate ao mosquito transmissor da doença, em vez de se dizimar a população de animais doentes.
O deputado Geraldo Resende informa ainda que o Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul recomendou a revogação da portaria que não permite o tratamento da doença em cães com medicação humana (portaria interministerial 1.426/08).
Fiscalização
Conforme a proposta, caberá aos órgãos governamentais fiscalizar as condições de conservação e distribuição das vacinas oferecidas ao comércio. As que forem consideradas duvidosas para consumo poderão ser apreendidas e inutilizadas. Também poderá ser suspenso o credenciamento dos revendedores de vacinas que não cumprirem a legislação.
Pelo texto, as despesas decorrentes da execução da lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias e de recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos firmados com entidades, organismos ou empresas.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que castrar a sua gata?

Se sua gata já passou por um cio, você jamais se esquecerá dos berros e da constante demanda por atenção. Caso ela seja impedida de copular, o cio será algo frustrante e desconfortável para vocês dois. E, dependendo da época do ano, o cio pode reaparecer em menos de 30 dias. Listamos a seguir algumas das principais dúvidas sobre o assunto: “E se a gata cruzar?” Ela pode gerar uma média de 15 gatinhos por ano. Então, a não ser que você esteja planejando se transformar em criador(a) de gatos, a castração é o melhor cuidado que você pode ter com sua gata. Será mais fácil pra você e para ela. “E se usar injeções anti-cio em minha gata?” Essas injeções são compostas por altas doses de hormônios e tanto na gata quanto na cadela, podem causar câncer de mama, infecção de útero e, se for feita a injeção durante a gravidez, pode causar abortamento. “Com qual idade a gata pode ser castrada? Recomenda-se castrar a gata antes do primeiro cio, o que pode ocorrer a partir de quat...

20 dicas para conviver melhor com o seu pet!

Seu grande amigo merece cuidados e atenção. Além de cuidados com saúde, uma dieta adequada e muito carinho, veja algumas dicas valiosas para preservar este valioso laço de amizade: 1- Não deixe seu cão ou gato subir em camas ou sofás se ele não tiver idade e porte suficiente para descer sem se machucar. As quedas para os filhotes e cães de pequeno porte são muito perigosas e podem até ser fatais. 2- Não saia com seu cão sem coleira e guia. Ele pode sair correndo para o meio da rua inesperadamente e sofrer um acidente. O mesmo vale para gatos, por isso mantenha-o em caixa de transporte quando for preciso levá-lo ao veterinário, por exemplo. 3- Falando em coleiras… Não se esqueça de colocar na coleira do seu amigo o nome dele, o seu e telefones para contato, pois em caso de fugas, se alguém encontrá-lo, terá como devolvê-lo prontamente a você. 4- Alguns cães adoram usar roupinhas, sapatinhos, etc.. Outros, entretanto, não apreciam muito. Portanto, é importante respeitar a nat...

Mitos e Verdades sobre Calazar / Leishmaniose Visceral

1) Quem transmite o Calazar para o homem é o cachorro? NÃO, o mosquito palha (nome científico: Lutzomyia spp.) é o agente transmissor do Calazar.  2) Os cães podem ser tratados com medicamentos de uso humano? NÃO, no Brasil, a legislação vigente preconiza e eutanásia de cães infectados, não podendo os cães serem tratados com medicamentos de uso humano ou não-humano. um dos motivos por que não se faz o tratamento de cães é evitar o desenvolvimento de  resistência aos medicamentos disponíveis para tratamento em pessoas. 3) A eliminação de cães com calazar é um método de controle da doença? NÃO, a eutanásia de cães soropositivos não ajuda a controlar a doença. Serve, em primeiro lugar para diminuir o sofrimento do animal doente. O controle se faz com a eliminação dos criadouros de mosquitos, ou seja, saneamento básico, coleta de lixo, dedetização periódica (carro do fumacê), conscientização da comunidade para manter a limpeza das ruas. A Secretaria Municipal ...